Abissínia

Hoje é o dia do ano em que a Terra se encontra no ponto da sua órbita em que o hemisfério norte se encontra mais afastado do sol. O solstício de Inverno, assim se chama, leva-nos a que este seja o dia mais curto do ano e a noite que se aproxima a mais longa.

Bom post no "Ai a minha santa vida a andar para trás"... e era tudo tão simples! Muito bem!

Nem vitoriosos, nem mortos…

Há 43 anos dava-se a operação Vijay, com a ocupação por parte de tropas indianas de Goa, Damião e Diu. Salazar pediu aos militares portugueses que regressassem herois, ou mortos… Mas nem uma coisa nem outra.
Aqui!

Julius Caesar, série que passou hoje na RTP1. Quatro horas que passaram num ápice e que preencheram deliciosamente a minha tarde. O que havia para fazer foi mais uma vez adiado. Desta vez por uma boa causa.

O Invermo chegou mesmo...!

Nas últimas semanas tive o privilégio de ter a companhia de uma orquestra bem perto de mim. Logo no andar abaixo do meu os tipos resolveram que, em vez de ter um T4 preferiam ter um T3… sem mudar de casa. Mandavam umas quantas paredes abaixo e reformulavam a compartimentação do apartamento. Quero mais dois metros de comprimento neste quarto, quero mais um metro de largura na casa de banho, para poder tomar duche de braços abertos, enfim, foi qualquer coisa do género que lhes passou pela cabeça. Há já largas semanas que não há manhã em que se deixe de ouvir o martelo pneumático a esmigalhar tijolos, estuques e cimento com areia de praia. Para quem não sabe a areia de praia não devidamente tratada provoca aquelas manchas escuras nas paredes devidas ao salitre. Mas as histórias bizarras do construtor do prédio dariam outro motivo de conversa e desorganizavam as ideias já tão pouco esclarecidas deste texto. Adiante.
Como estava eu a contar, todo o santo dia, a partir das 8h da manhã, temos sinfonia de martelo e picareta. Tive ainda a sorte de se terem enganado aquando da reconstrução das novas paredes. A minha vizinha chegou, olhou por baixo, espreitou por cima… não, não estava bem - tinha dito que eram dois metros a mais de comprimento e um metro de largura e não três no primeiro e sete no segundo… Vai daí passámos outra vez à primeira faixa do cd que eu já conhecia de cor. Esqueci-me ainda de referir que os músicos são impecáveis e restringem-se apenas ao horário permitido por lei. Mas… esqueceram-se do feriado. Deu-me a entender que os artistas se estavam a "marimbar" para a longínqua restauração da independência de 1640!
Preparei-me eu de livro, botija e aquecedor na noite de terça-feira, finalmente poderia deleitar-me com uma morna leitura ao que se seguiria um sono reconfortante. Enganei-me rotundamente. Mal amanhece voltamos ao "pum-pum-pash-pash", muito melódico mas totalmente descabido dadas as circunstâncias. Acordei meio estremunhado, liguei o telemóvel para me certificar do dia e das horas, e pasmo ao verificar que eu estava certo e todos os outros errados, isto porque há dias em que o sonho se prolonga pela manhã dentro e a realidade mescla-se na perfeição com o surreal. Neste aspecto concordo com o João Loureiro e posso mesmo dizer que por vezes acordo a "surrealizar por aí". Visto o robe e interrompo-os a meio do seu maior êxito. Educados, pediram desculpa e não mais voltaram às pautas. Só que eu não consegui adormecer de novo.
Será que a Imaculada Conceição me trará melhor sorte?