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sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Manhã chuvosa e fria que me entristece o espírito… E eu que tinha grandes planos para o fim-de-semana que se avizinha…!

Diz o Sérgio Godinho no JN: "As minhas canções têm uma idade indefinida". Não podia estar mais de acordo. Comecei tarde a ouvi-lo, influenciado por amigos num acampamento de verão. A partir daí não mais parei de experimentar a “eterna juventude” das suas melodias. É, para mim, um dos poucos autores portugueses em que os seus álbuns não contêm músicas “para encher”, apoiados em uma ou duas “muletas” que passem mais na rádio.

Amanhã mais um concerto, no Coliseu dos Recreios às 21h30.

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quinta-feira, fevereiro 26, 2004

O ontem sempre me fez mais confusão que o amanhã... Os dias contam-se em mim como rasgos profundos que me dilaceram a pele. Serei um velho eternamente nostálgico e provavelmente infeliz.

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terça-feira, fevereiro 24, 2004

"Streptococcus mutans"


O melhor amigo dos dentes poderá vir, em breve, do pior inimigo: as bactérias, graças à alteração do genoma da "Streptococcus mutans". A nova estirpe pode colonizar a cavidade oral sem perigo de cárie, pois não produz o ácido que arruina o esmalte.

A possibilidade de preservar a integridade dentária sem esforço, durante toda a vida, é o que nos propõe uma equipa de investigadores da Flórida, de cujo trabalho surgiu uma estirpe bacteriana geneticamente alterada que, além de não provocar cáries, evita que estas se desenvolvam por acção de outras bactérias.

Sendo o principal motor para o aparecimento de cáries, as bactérias que povoam a cavidade oral mantêm-se, desde sempre, como a grande ameaça à integridade dos dentes. Porém, o universo bacteriano que constitui a flora oral humana pode estar a um passo de uma alteração profunda, a avaliar pelo trabalho de investigação recentemente apresentado à comunidade médico-científica no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Trata-se de uma aplicação da engenharia genética de microorganismos à medicina dentária que consiste, essencialmente, numa alteração engenhosa do genoma da bactéria "Streptococcus mutans", o microorganismo mais frequente da flora oral humana e o mais nocivo para os dentes.

Em termos concretos, o mecanismo através do qual esta bactéria danifica os dentes é a produção de ácido láctico, que a bactéria segrega para a cavidade oral, e que corroi o esmalte - a camada mineral mais externa, e protectora, do dente - sendo responsável por 85% das cáries.

Neste contexto, o feito dos investigadores não podia ser melhor direccionado: conseguiram manipular o genoma do "Streptococcus mutans", de modo a retirar-lhe o gene que codifica a enzima que produz o ácido láctico. A nova estirpe, com a designação BCS3-LI, pode colonizar a cavidade oral humana sem perigo de cárie, pois não tem a capacidade de produzir o ácido que arruína o esmalte.

Além disso, esta estirpe foi dotada de uma arma de grande utilidade para os humanos, na medida em que foi inserido um gene que permite a produção de uma toxina letal para o "Streptococcus mutans". Teoricamente, o resultado da inoculação da estirpe BCS3-LI será a extinção das bactérias "Streptococcus mutans" e, em simultâneo, a sua substituição por uma estirpe que não ataca o esmalte.

E é mesmo este o resultado até agora obtido em ratinhos. A Transmissão da estirpe BCS3-LI para a flora oral das pessoas pode ser feita através de uma aplicação de um spray ou elixir, e o grande objectivo dos investigadores é um programa sem fronteiras de inoculação das populações humanas, particularmente dirigido a crianças com menos de dois anos, para que possam conservar a dentição em perfeitas condições, por toda a vida.

Segundo o investigador principal do projecto BCS3-LI , Jeffrey Hillman, «os ensaios clínicos com voluntários adultos vão ter início ainda este ano. Depois deste primeira fase, passaaremos à avaliação clínica em crianças». Se assim for, esta profilaxia de última geração poderá revolucionar a saúde dentária em muitos pontos do globo, dentro de poucos anos. Porém, a higiene oral e os diversos cuidados de saúde dentária terão que continuar nas rotinas diárias, pois, o "Streptococcus mutans" é dos principais agentes de cárie mas não é o único.

Texto de Alberto Vasconcelos para a revista Vidas do Jornal Expresso de 23 de Março de 2002

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Serra da Lousã
Serra da Lousã

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domingo, fevereiro 22, 2004

As pessoas da minha faixa etária que conheço têm todas como ambição casar. Não no futuro mais próximo mas daqui a uns anos, depois de terem a vida mais ou menos estabilizada. Muitos deles, tal como eu, nada ligam à religião, mas neste aspecto são unânimes e acham o casamento pela igreja um passo fundamental no seu futuro. Pergunto-lhes o porquê desta decisão, que para mim não faz qualquer sentido, e a maioria das respostas residem em meros factores culturais, como se para amar e viver com outra pessoa fosse exigido casar, sob pena de, caso o não façamos, cometermos uma grave infracção.

Nos dias de hoje o papel que a igreja representa para a maioria dos jovens-adultos não passa do “notário” que oficializa a sua relação. Nas cidades a missa está cada vez mais povoada de cabelos brancos e os jovens não se identificam minimamente com os valores retrógrados veiculados pela igreja. Todos eles estão descontextualizados e perdidos no tempo não fazendo muito sentido para quem não se limite a aceitar o que lhe é dito como verdadeiro mas se interrogue e os questione. Este afastamento tem sido visível nas últimas décadas e já há alguns sinais de preocupação por parte de alguns bispos que percebem tardiamente os resultados das suas políticas de estagnação. É no entanto inconcebível que a igreja católica persista em ideias caducas e que apresentam um grande potencial ameaçador para o próprio homem. Para mim o caso mais gritante é o dos métodos contraceptivos, nomeadamente o preservativo. Sob a ameaça de propagação de doenças como a SIDA e outras sexualmente transmissíveis é verdadeiramente “pecaminosa” esta atitude dos padres.
Devo dizer que nunca sofri pressões para que seguisse a doutrina da fé cristã ou qualquer outra. Mas como eu encontram-se muitos dos meus amigos. Torna-se então difícil compreender a sua obstinação em quererem casar-se pela igreja. Ainda se fosse pelo civil! Penso que o mais importante é o AMOR. O papel passado não representa absolutamente nada. E se os argumentos forem os aspectos financeiros... Viva as uniões de facto!

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sábado, fevereiro 21, 2004

GRIPE ESPANHOLA

Os últimos relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertam para a existência de 15 casos de infecção de gatos pelo vírus da gripe das aves (o H5N1), na Tailândia. As investigações em curso visam apurar a eventual ameaça que constituirá esta estirpe para o homem. Ao que se sabe, o facto de os gatos também terem sido infectados não aumenta os riscos para a nossa saúde.

Diversos estudos demonstraram que um pequeno número de mamíferos, nos quais se incluem os porcos, focas, baleias, martas e furões, evidenciavam uma maior susceptibilidade natural para a infecção pelo vírus da gripe das aves. Destas espécies apenas o porco tem significado em termos de saúde humana. Este pode ser infectado por ambas as estirpes – a das aves e a humana – constituindo um importante veículo de mistura de material genético, resultando possivelmente na emergência de um novo sub-tipo do vírus. Os especialistas pensam que os porcos tiveram um papel fulcral nas pandemias de 1957 e 1968.

Todas estas ocorrências que nos têm sido relatadas diariamente pelos “media” provenientes do sudeste asiático trazem à “tona de água” o espectro da gripe espanhola, que fez mais de 40 milhões de mortos em 1918.

Considerada como a pandemia mais mortal de sempre, matando mais pessoas que a própria peste negra e a SIDA, a gripe espanhola foi uma catástrofe global. No Outono de 1918 a Primeira Grande Guerra dava já os seus últimos passos e a paz estava já no horizonte de todos. Surgem então surtos globais de algo que se assemelhava inicialmente a uma comum constipação. Os surtos gripais que rapidamente se revelaram explosivos iriam infectar nos dois anos seguintes mais de 1/5 da população mundial. Só na Índia morreram mais de 17 milhões de pessoas, nos EUA meio milhão e na Grã-Bretanha cerca de 200 mil. O único local no mundo onde não há registos de pessoas que tenham sido infectadas é a ilha do Marajó localizada na foz do rio Amazonas. Os efeitos da gripe espanhola sobre a demografia portuguesa podem ser vistos em:
- http://pwp.netcabo.pt/epidemiologia/aaahuman_191801.htm

A faixa etária da população mais susceptível a esta estirpe situava-se entre os 20 e os 40 anos e as grávidas apresentavam risco acrescido, padrão de morbilidade invulgar para as gripes, afectando geralmente as crianças e os idosos. As medidas tomadas por cidades, estados e países para tentar deter a epidemia envolveram importantes restrições ao nível das viagens e acesso a locais públicos, estando muitos destes interditos por períodos superiores a um ano. A gripe espanhola dissipou-se ao fim de 18 meses e a estirpe do vírus influenza que a causou nunca foi determinada, em parte por a comunidade científica da época não a conseguir reconhecer. Desde aí têm sido desenvolvidas investigações com vista a determinar uma possível causa para o despertar desta catástrofe, em vão. Pensa-se que o esforço de combate desenvolvido pelos militares, possivelmente combinado com a guerra química, tenha enfraquecido os seus sistemas imunitários levando a um aumento da vulnerabilidade para a doença e elevando a sua velocidade de propagação à escala mundial.

Recentemente, num artigo da revista “Science magazine”, foi descrita uma investigação conjunta levada a cabo por Sir John Skehel, director do National Institute for Medical Research, em Londres e pelo Professor Ian Wilson do Scripps Research Institute, de San Diego com vista à síntese de uma proteína (hemaglutinina) responsável pelo surto da gripe espanhola de 1918. Partindo de DNA contido em amostras de pulmões retiradas de combatentes da Primeira Grande Guerra as duas equipes analisaram as estruturas dos genes e descobriram quão subtis tinham sido as alterações ao nível da proteína que permitiram a sua passagem das aves para o homem com os efeitos tão devastadores já conhecidos.

Resta-nos saber se não estaremos actualmente a assistir a um filme já visto e, se tal estiver para suceder, que peso terão as alterações que se deram ao nível dos cuidados de saúde assim como das medidas de higiene e do próprio saneamento durante o período que distancia estes dois episódios.

Ver também:
- http://saude.sapo.pt/gPE1/108559.html


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quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Não gosto do Carnaval. A agitação e euforia impostas pela época causam-me náuseas. Não tenho cara para sorrir forçadamente perante figuras patéticas nem pactuo com brincadeiras estúpidas tipicamente carnavalescas. Admiro no entanto a boa disposição do povo brasileiro que vive esta época genuinamente, divertem-se naturalmente e entronizam-se normalmente. Este ritual foi enxertado no nosso país sendo gritante a sua falta de contextualização. O esforço por nós desenvolvido para entrarmos na festa cai no ridículo do palhaço sem graça.

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segunda-feira, fevereiro 16, 2004

De passagem pelo Divã da Queca lembrei-me da nossa primeira passagem de ano. Foi na tua casa de praia, por entre os nossos amigos e os da tua irmã. A casa, já de si pequena, albergava nessa noite mais de 20 pessoas pelo que a solução que se encontrou para a distribuição dos quartos foi a de colocar mais que um casal por quarto. A nós calhou-nos uns amigos da tua irmã que mal conhecia. Apesar de pouco experientes na altura fizemos amor intensamente e por diversas vezes nessa noite sem que ninguém se apercebesse de nada. O prazer controlado, o pisar do risco, o passar despercebido, a intensidade do desejo fizeram daquela noite um dos meus momentos mais memoráveis. Um dos muitos que nós vivemos. E não fosse eu a refrear os ânimos muitos mais apertos e loucuras se teriam passado...

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domingo, fevereiro 15, 2004

Fim-de-semana turístico que me levou à Serra da Estrela. Linhares e Folgosinho foram os pontos altos.

Grande trabalho de recuperação do castelo de Linhares assim como da Pousada, já em fase de acabamento (ao que soube falta apenas mobilar), que passará em breve a fazer parte do Roteiro das Aldeias Históricas. Até ao momento faziam parte deste roteiro Almeida, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-velha, Marialva, Monsanto, Piódão e Sortelha.

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quarta-feira, fevereiro 11, 2004

JARDIM-ESCOLA

Lembrei-me hoje dos meus tempos de jardim-escola. Belos anos em que as minhas preocupações se resumiam a não perder as chaves de casa (que me foi atribuída desde muito cedo) e pouco mais. Nunca tive dificuldades nos estudos e a vida correu-me sempre docemente. Os grandes períodos de recreio que tínhamos durante a tarde são os momentos que mais recordo pela positiva e os piores talvez o lanche, habitualmente leite do dia aquecido e um pão com margarina (esporadicamente marmelada), o que detestava e continuo a evitar. Fora isso são excelentes as recordações que tenho desse período.

O próprio edifício era muito acolhedor. A frontaria era de tons laranja com a tijoleira a descoberto e na sua frente um largo cujo centro era uma esfera em pedra. Passada a porta entrávamos num amplo salão que fazia de hall, a partir do qual divergiam todas as dependências da escola. Havia duas salas de aula, uma de cada lado da porta e uma outra em frente. À nossa esquerda ficava a cantina e mais à frente a porta que dava acesso às casas de banho e ginásio. À direita ao fundo tínhamos acesso à secretaria, a casas de banho e a mais três salas de aula. Este salão principal enche-me a memória de deliciosas recordações. Quando chegávamos pela manhã, reuníamo-nos todos nesse grande salão e começávamos a cantar músicas que não lembro acordes nem refrão... Era uma forma positiva e alegre de começar o dia que se prolongava pelas aulas da manhã e por um pequeno recreio antes de almoço. Esse salão era decorado ao cimo das paredes, junto ao tecto, por uma imagem que se prolongava em toda a sua volta retratando cenários idílicos que me prendiam a atenção e me despertavam a fantasia – as ovelhas no monte a pastar e as águias a voar bem alto são apenas os contornos que consigo reconstituir. Todos estes pormenores demonstram o enorme cuidado e dedicação com que aquele jardim-escola foi criado e patenteiam o bom ambiente que se fazia sentir e que tantas saudades me deixou. Penso que o local ideal para o crescimento de uma criança será algo que muito se assemelhe ao que ali vivi.

Os exteriores eram também maravilhosos. Havia espaços amplos que se intervalavam com jardins relvados que nos permitiam dar largas à nossa energia e agitação próprias da idade. O jardim-escola ocupava então uma área quadrangular cuja parte traseira dava para um hospital militar. A rua que se interpunha entre mim e o hospital era de apenas um sentido e dava volta à escola, pelo que era muito pouco movimentada. Por outro lado era virada a Sul e, como tal, era a zona onde o sol batia de forma mais persistente. Tudo isto, aliado ao facto de sermos “vizinhos” do jardim botânico da cidade, faziam com que esta zona fosse de um sossego e paz paradisíacos. Era este o meu refúgio preferido e era para aqui que me escapulia nos curtos períodos mortos que se seguiam ao almoço, enquanto todos lavavam os dentes.

Depois de ter mudado de escola voltei lá por uma única vez, há já muitos anos. Desde essa altura passo esporadicamente por fora e verifiquei que existem já muitas alterações ao “meu” jardim-escola. Tenho que arranjar coragem para fazer uma nova visita à Dona Amélia.

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segunda-feira, fevereiro 09, 2004

I like pigs. Dogs look up to us. Cats look down on us. Pigs treat us as equals.

Sir Winston Churchill

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sábado, fevereiro 07, 2004

Sei que de ti apenas posso ter lembranças, rabiscar esboços, evitar conjecturas... Esforço-me por te integrar de uma outra forma na minha vida, inserindo uma quebra com o passado. É difícil... Hoje estarás tão bonita como da última vez que te vi?

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O que fazer este fim-de-semana:

- ir ver o "21 gramas"
- acompanhar os resumos do rali da Suécia à noite, no eurosport
- trabalhar um pouco (tenho que acabar um relatório e deveria estudar, mas disso já nem falo!)
- correr para manter a forma (está a melhorar mas ainda está longe da aceitável)
- sair com amigos (ou amigas ;))
- fazer uns telefonemas
- por as minhas revistas em dia
- dormir
- dormir
...

Será que terei tempo para tudo?!?!?

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sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Semana arrasadora esta que passou...

Sexta-feira à tarde o meu corpo enche-se de uma calma e paz de espírito que me fazem acreditar que ser feliz não é assim tão impossível. Sinto-me leve, bem disposto e não há forma de o disfarçar pois o meu sorriso rasgado espelha-me a alma... É altura de preparar o aproveitamento do fim-de-semana. Muito sono precisa-se!

Que grande dia...!

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domingo, fevereiro 01, 2004

Quando era miúdo tinha uma colecção que enchia o centro do meu quarto - 32 miniaturas de automóveis da Burago. Lembro-me perfeitamente de quando o meu pai me deu o primeiro exemplar, um Ferrari 250 Testa Rossa, de 1957. Isto ter-se-á passado há mais de 20 anos atrás e eu era, já nessa altura, um admirador de automóveis.

Mas a coqueluche de toda a minha colecção era o Lamborghini Diablo (em escala 1/18), de 1990, que eu venerava - era na altura o carro mais veloz do mercado, com 325 km/h de velocidade máxima, 4,1 segundos dos 0 aos 100 (atingidos em primeira velocidade!) e ao fim de 20 segundo íamos já a mais de 300 km/h. Com os seus 492 cavalos desenvolvidos pelo V12 de 5,7 litros de cilindrada, o Diablo preenchia os sonhos da minha recente adolescência que vacilava ante os cerca de 50 mil contos que custava o modelo à escala 1/1. Era um carro tremendo, para condutores exímios pois nem direcção assistida nem ABS possuía. Impunha a sua personalidade paranóide sob a forma de um muro a vir contra o condutor mais incauto...

Mais tarde viria a inverter o sentido das minhas paixões automobilísticas, virando-me para o mítico e eterno Porsche 911.

A Lamborghini, a marca do touro - representando bravura e raça - nasceu em 1963, em Sant'Agata Bolognese, perto de Modena, mas a história do seu criador começa bem antes. Ferrucio Lamborghini, filho de lavradores Bolonheses, prosseguiu os seus estudos técnicos na área da mecânica e cedo pode por em prática os seus conhecimentos e aptidões ao ser destacado, durante a II Guerra Mundial, para Rhodes, na Grécia, onde fazia a manutenção de veículos militares. Esta sua primeira experiência deu-lhe o "now-how" necessário para, de regresso a Itália após o fim da guerra, poder dedicar-se à reconversão de material militar em tractores agrícolas, fundamentais para reerguer o país das cinzas.

Impulsionado pelo o sucesso obtido nestes primeiros anos, Ferrucio decide abrir em 1948 a Lamborghini Trattori S.p.A, a sua fábrica de tractores localizada em Cento. Mais tarde estenderia o seu negócio aos sistemas de aquecimento central e de ar condicionado, permitindo-lhe arrecadar, em poucos anos, uma pequena fortuna. A sua paixão pelos automóveis traduzia-se pelos múltiplos exemplares da Ferrari e da Maseratti que possuía. Queixando-se de um problema de embraiagem de um Ferrari seu, Enzo Ferrari recusa-se a recebê-lo e Ferrucio decide-se a investir o seu dinheiro a fazer algo que se pretendia melhor do que qualquer carro desportivo que já tivesse possuído. Foi assim que, em 1963, era apresentado no Salão de Genebra o primeiro Lamborghini da história - o 350 GTV (motor V12 de 3,5l). Depois foram lançadas algumas alterações a este modelo (nomeadamente o 350 GT e o 400 GT) antes de surgir no mercado um surpreendente coupé de beleza clássica, desenhado por Bertone - o Miura (1966) - tido por muitos como o Lamborghini de estética mais agradável da história.

Seguiram-se-lhe:
- em 1968 o Espada (muito elogiado pela imprensa da época destacando as suas qualidades de roadster)
- em 1970 o Jarama (designação que se deve a um distrito espanhol conhecido pela criação de touros; diz-se que o criador do Toyota Celica/Supra ter-se-ia inspirado nele)
- em 1976 o Silhouette (este pequeno carro desportivo foi produzido com a intenção de abranger um maior leque de clientes que pudesse trazer estabilidade financeira à marca, o que se revelou um autêntico desastre financeiro)
- em 1978 o Countach (um desenvolvimento do Miura, com um motor de 5 l e 440cv; foram aplicados os mais diversos esforços, como a utilização de alumínio no chassis e vidros especiais, para reduzir ao máximo o seu peso; a Pirelli posteriormente desenvolveu pneus para este tipo de automóveis e o modelo sofre alterações ao nível das suspensões)
- em 1982 o Jalpa (uma modificação do Silhouette, com alterações nas rodas, pneus, interiores e suspensões)
- em 1990 o Diablo (o sucessor do Countach)

Neste momento os veículos que a marca tem no mercado são o Murcielago e o Gallardo, ambos 2-lugares com tracção às quatro rodas.

A Lamborghini passou por períodos nebulosos ao longo da sua história. Na década de 70 começaram os problemas financeiros e a fábrica deixou de estar nas mãos de Ferrucio Lamborghini. No período de 1970-77 pertenceu a Georges-Henri Rossetti e a René Leimer, em 1977-84 esteve sob controlo estatal e de 1984 a 1987 nas mãos de Patrick Mimran. Em 1987 é comprada pela Chrysler, sendo vendida em 1994 à Megatech. Finalmente, em 1998 foi comprada pelo grupo Volkswagen.

Links aconselhados:
- http://www.carsfromitaly.com/lambo/index.html
- http://www.lambocars.com/

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