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segunda-feira, maio 31, 2004

Ponte mais alta do mundo é francesa:

France 'completes' tallest bridge

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domingo, maio 30, 2004

Semana atribulada e fim-de-semana em autêntico rebuliço. Foi o que vivi nos últimos sete dias. O meu cólon resolveu revoltar-se, insurgir-se contra a minha política alimentar e condenou-me a uma noite inteira de cólicas agudas que só serenaram com um Ultralevur apaziguador. Depois de várias noites “mal-dormidas” e com uma directa em cima ninguém me obrigou a ir às “francesinhas”... Pecados da gula...

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segunda-feira, maio 24, 2004



A ponte de Brooklyn comemora hoje 121 anos desde que foi pela primeira vez aberta ao público. Uma das mais antigas pontes suspensas do mundo, faz a ligação entre Manhattan e Brooklyn, sobre o East River. Com cerca de 2 quilómetros de extensão, demorou 14 anos a ser construída (ainda nós nos queixamos da demora da Ponte Europa, agora Ponte Rainha Santa Isabel...) e logo no seu primeiro dia foi atravessada por 1800 veículos e mais de 150 mil pessoas.

Quando foi inaugurada era a maior ponte suspensa do mundo tendo custado 18 milhões de dólares. Desde os anos 80 foi apetrechada de iluminação nocturna em toda a sua extensão realçando os seus pormenores arquitectónicos.

A interessante história da sua construção começa com John Augustus Roebling, o desenhador da ponte. Ele já tinha construído pequenas pontes suspensas antes de desenhar a ponte de Brooklyn, o que lhe concedeu algum traquejo e experiência nesta forma arrojada e inovadora de fazer pontes. No entanto, com o início das obras, Roebling sofre um terrível acidente ferindo gravemente o seu pé. Em poucas semanas estaria às portas da morte, vítima de um Clostridium tetani (tétano) que só em 1884 viria a ser identificado por Carle e Rattone (a vacina chegaria anos mais tarde, no decorrer da 1ª Guerra Mundial). O filho de John Roebling, Washington, sucede-lhe no comando dos trabalhos mas apenas por pouco tempo pois é vítima de doença descompressiva que teria adquirido durante os seus mergulhos na construção dos pilares da ponte. Fica então impedido de falar ou mover-se. Seria então a sua mulher, Emily, que tomaria conta da obra. Washington, impedido de sair de casa, ocupava ainda assim o seu dia observando as obras na ponte por binóculo.

O projecto não incluía testes aerodinâmicos, inexistentes na altura. Esta seria uma das causas do desabamento de algumas pontes construídas naquela época, como a Tacoma Narrows Bridge. No entanto, sem saber, Roebling contornou o problema na medida em que aplicou cabos de aço seis vezes mais fortes do que aqueles que julgava serem necessários. Aqui está uma das razões pela qual a ponte ainda se mantém de pé.

Actualmente é constituída por duas vias: uma para os automóveis e outra para peões e bicicletas que assim podem desfrutar de uma obra de engenharia portentosa e centenária.


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Man! esta tarde vai ser complicada... Molar de quatro canais para obturar. A miúda é a antipatia em pessoa, nunca tal vi. Não fala, não ri, não resmunga. Responde apenas ao que lhe pergunto muito a custo e com cara de poucos amigos. Da última vez tomou a iniciativa de perguntar quantas consultas faltavam. Depois de ouvir a resposta, um “boa-tarde” seco e sobranceiro e eclipsou-se. Não é só ela que quer ver isto despachado. Por mim já lhe tinha obturado três canais há umas semanas. Vidas...

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sábado, maio 22, 2004

Chegou-me por mail este texto do Miguel Esteves Cardoso que achei muito giro...

“PALAVRÕES”

Já me estão a cansar... parem lá com a mania de que digo muitos palavrões, caralho! Gosto de palavrões! Como gosto de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar... mas dialogar com caracter! O que se não deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária! Quando se usam palavrões sem ser com o sentido concreto que têm, é como se estivéssemos a desinfectá-los, a torná-los decentes, a recuperá-los para o convívio familiar. Quando um palavrão é usado literalmente, é repugnante.

Dizer "Tenho uma verruga no caralho" é inadmissível. No entanto, dizer que a nova decoração adoptada para a CBR 900' 2000 não lembra ao "caralho", não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação.

Quando uma esferográfica não escreve num exame de Estruturas "ah a grande puta... não escreve!", desagrava-se a mulher que se prostitui.

Em Portugal é muito raro usarem-se os palavrões literalmente. É saudável. Entre amigos, a exortação "Não sejas conas", significa que o parceiro pode não jogar um caralho de GT2. Nada tem a ver com o calão utilizado para "vulva", palavra horrenda, que se evita a todo o custo nas conversas diárias.

Pessoalmente, gosto da expressão "É fodido..." dito com satisfação até parece que liberta a alma! Do mesmo modo, quando dizemos "Foda-se!", é raro que a entidade que nos provocou a imprecação seja passível de ser sexualmente assaltada. Por ex.: quando o Mário Transalpino "descia" os 8 andares para ir á garagem buscar a moto e verificava que se tinha esquecido de trazer as chaves... "Foda-se"!! não existe nada no vocabulário que dê tanta paz ao espirito como um tranquilo "Foda-se...!!". O léxico tem destas coisas, é erudito mas não liberta. Os palavrões supostamente menos pesados como "chiça" e "porra", escandalizam-me. São violentos.

Enquanto um pai, ao não conseguir montar um avião da Lego para o filho, pode suspirar após três quartos de hora, "ai o caralho...", sem que daí venha grande mal à família, um chiça", sibilino e cheio, pode instalar o terror. Quando o mesmo pai, recém-chegado do Kit-Market ou do Aki, perde uma peça para a armação do estendal de roupa e se põe, de rabo para o ar, a perguntar "onde é que se meteu a puta da porca...?", está a dignificar tanto as putas como as porcas, como as que acumulam as duas qualidades.

Se há palavras realmente repugnantes, são as decentes como "vagina", "prepúcio", "glande", "vulva" e escroto". São palavrões precisamente porque são demasiadamente ínequívocos... para dizer que uma localidade fica fora de mão, não se pode dizer que "fica na vagina da mãe" ou "no ânus de Judas". Todas as palavras eruditas soam mais porcas que as populares e dão menos jeito! Quem é que se atreve a propor expressões latinas como "fellatio" e "cunnilingus"? Tira a vontade a qualquer um! Da mesma maneira, "masturbação" é pesado e maçudo, prestando-se pouco ao diálogo, enquanto o equivalente popular "esgalhar um pessegueiro", com a ressonância inocente que tem, de um treta que se faz com o punho, é agradavelmente infantil. Os palavrões são palavras multifacetadas, muito mais prestáveis e jeitosas do que parecem. É preciso é imaginação na entoação que se lhes dá. Eu faço o que posso.


Miguel Esteves Cardoso

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Em Nova Iorque os serviços de transportes públicos da cidade resolveram proibir as fotografias e filmagens no metro, autocarros e comboios. Esta tentativa de reforçar as medidas de segurança, cada vez mais apertadas após os últimos atentados, vem reimplantar o rigor com que estes casos eram tratados antes de 1994. A multa a aplicar rondará os $25, um pouco menos que os $50 que se pagam por cuspir para o chão, fumar ou fazer lixo. Excepções a estas regras serão os jornalistas e pessoas com autorização escrita para o fazer. Resta saber até que ponto estas limitações não se irão alastrar em breve a outros locais públicos pondo em risco a habitual liberdade de conduta característica dos países ocidentais.

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quinta-feira, maio 20, 2004

Faz hoje 506 anos que Vasco da Gama chegou a Calecute, Índia (20.05.1498). A anterior paragem tinha sido na actual Maçambique, a 2 de Março do mesmo ano. Apesar de bem recebidos, cedo começaram as escaramuças com os comerciantes árabes, que viam ameaçado o seu negócio. A viagem de regresso inicia-se em Outubro, chegando a Lisboa em Agosto de 1499.

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"Se Deus não existisse, tudo seria permitido."
Fédor Dostoievski (1821-1881)

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quarta-feira, maio 19, 2004

Está quase a abrir a época do euro. Para onde poderá fugir numa altura destas quem não aprecia os coices de bola? No portal da Airluxor encontrei algumas boas sugestões. Salvador da Bahia ou mesmo Cabo Verde seriam as minhas escolhas "mais em conta"...

Falta-me tempo e tenho obrigações que me prendem cá à terra! Bem, lá terei que aturar estes vândalos bem à porta de minha casa...

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Fui sequestrado. Já duas vezes. Já chega. Não gosto de ser sequestrado. É uma coisa que me chateia, pá.

Passou-se a 20 de Novembro de 1975, em Belém, após a suspensão do sexto governo provisório. O almirante Pinheiro de Azevedo dirige-se desta forma transcendente aos jornalistas:

PINHEIRO DE AZEVEDO (PA) - Estou farto de brincadeiras, okay? De brincadeiras, hã!?
JORNALISTA - Está...?
Pinheiro de Azevedo - Estou. Fui sequestrado. Já duas vezes. Já chega. Não gosto de ser sequestrado. É uma coisa que me chateia, pá.
Jornalista - Está convocada uma manifestação de trabalhadores, agora para as 15 horas, aqui em frente ao Palácio de Belém...
Pinheiro de Azevedo - ...Quando o senhor Presidente da República me falou nisso, dizendo que estava feita... ou convocada uma manifestação, eu julgo que é de apoio ao senhor Presidente da República, para... contra o VI Governo... é o costume deles...
Jornalista - Senhor almirante, podia-me dizer alguma coisa sobre a situação militar do país, neste momento? Tem algumas informações?
Pinheiro de Azevedo - Estáaa... Tanto quanto eu sei, continua na mesma: primeiro fazem-se plenários, e depois é que se cumprem as ordens. É a situação militar: primeiro plenários; depois é que se cumprem as ordens.
Jornalista - O Conselho de Ministros não voltará a reunir, portanto, enquanto não houver uma decisão do Presidente da República?
PA - Pois não, pois não...
Jornalista - O senhor primeiro-ministro está solidário inteiramente com o plenário do Conselho de Ministros?
PA - Eu, estou.
Jornalista - Isto passa pela manutenção do senhor general Otelo de Carvalho naaa..?
PA - Não tem nada que ver. O general Otelo de Carvalho não me interessa coisa nenhuma. O senhor general Otelo de Carvalho, pessoalmente, não me interessa nada.
Jornalista - E como comandante do COPCON?
PA - Também não, não me interessa nada.
Jornalista - Mas a resolução...
PA - ...Acho que é uma pessoa que tem o seu lugar na Revolução, a quem eu devo muito, sou amigo dele, mas não me resolve coisa nenhuma, o general Saraiva de Carvalho não me resolve coisa nenhuma.
Jornalista - Quem é que poderá resolver, senhor primeiro-ministro?
PA - O senhor Presidente da República!
Jornalista - Senhor primeiro-ministro, esta reunião terá continuidade esta tarde, ou foram dados... portanto, os contactos do primeiro-ministro com o Presidente da República para resolver esta situação?
PA - Haã?
Jornalista - Se os contactos iniciados esta manhã se prolongarão pela tarde?
PA - Com o general Costa Gomes? Ah, pois, é natural que sim. E até depois de amanhã, e mais depois de amanhã!... Isto não é fácil de resolver, é difícil. Vocês já viram, agora o governo suspender a sua actividade? É realmente assim fora do normal!...
Jornalista - Um caso particular que ontem à tarde vos levasse a tomar esta posição?
PA - Ontem à tarde?
Jornalista - Sim, que depois vos levou à noite a tomar esta decisão?
PA - Eu sou muito franco, como sabem, vocês podem fazer as perguntas todas. Ontem à tarde?.. Não, não me recordo assim de nada que me irritasse especialmente.
Jornalista - Seria a manifestação dos padeiros?...
PA - Não, não, não. Essa dos padeiros... com certeza... Sim... talvez... Olhe, e daí talvez..... Talvez a... a frequência das manifestações tivesse, no subconsciente dos ministros, levantado esse problema. Tem razão. Olha, não me lembrava da dos padeiros!... E eu agora, é pá, vou almoçar, pá...


(Publicado no Público de 19.05.04)

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terça-feira, maio 18, 2004

EXERCÍCIOS ABDOMINAIS

O meu complemento de remodelação abdominal, associado à corrida... ;)

TIPO 1 - Deitado em decúbito dorsal (de costas), com as pernas flectidas, pés no chão, mãos atrás da nuca. Flexione o Tronco (no máximo 45°) sem tirar a região lombar do chão. Retorne à posição inicial.

TIPO 2 - Deitado em decúbito dorsal, pernas flectidas cruzadas e elevadas a 45°, mãos atrás da nuca realize a flexão do tronco sem tirar a lombar do chão. Retorne à posição inicial.

TIPO 3 – Deitado em decúbito dorsal, com as pernas flectidas, cruze uma perna sobre a outra deixando o tornozelo na altura do joelho. Coloque a mão do braço contrário ao da perna flexionada atrás da nuca. Estenda a outra mão paralela ao corpo. Flexione a outra perna e execute o exercício do lado oposto.

TIPO 4 – Deitado em decúbito dorsal, pernas flectidas e voltadas para um dos lados juntas. Realize a flexão do tronco e retorne a posição inicial. Realize o mesmo exercício do lado oposto.

TIPO 5 - Deitado de lado, pernas flectidas, cotovelo apoiado no chão com o braço em 90°. Flexione o braço de cima, colocando a mão na frente do peito. Realize a flexão lateral do tronco. Retorne à posição inicial. Realize o mesmo exercício do lado oposto.

TIPO 6 - Deitado de costas, com as pernas flectidas e elevadas a 90°. Realize a flexão das pernas sem tirar a região lombar do chão.

TIPO 7 – Deitado em decúbito dorsal, pernas flectidas, braços cruzados na altura do peito. Contraia o abdómen e suba o tronco até tirar os ombros do chão. Procure não tirar a região lombar do chão. Retorne à posição inicial.

TIPO 8 - Deitado em decúbito dorsal, com os joelhos flectidos, braços ao longo do corpo acima da cabeça segurando em algum lugar. Contraia o abdómen enquanto traz os joelhos unidos na direcção do peito, levantando os glúteos do chão. Retorne à posição inicial.

TIPO 9 - Deitado em decúbito dorsal, joelhos flectidos, mãos na nuca. Eleve e gire o tronco, alternando o cotovelo esquerdo em direcção ao joelho direito e vice-versa. Mantenha as pernas imóveis durante o movimento e o abdómen contraído.

TIPO 10 – Deitado em decúbito dorsal, mãos sob os flancos do corpo, pernas elevadas juntas. Contraia o abdómen empurrando as pernas e os glúteos para cima. Retorne à posição inicial.

TIPO 11 - Deite de lado. Estenda o braço de baixo acima da cabeça. Coloque a mão oposta atrás da nuca. Perna de baixo estendida. Perna de cima, flectida à frente do corpo. Contraia o abdómen e eleve o tronco lateralmente, usando o braço e a mão estendida como apoio.

TIPO 12 - Sentado, mãos apoiadas no chão atrás do tronco (com os dedos apontando em direcção ao corpo), braços e joelhos semi-flectidos. Aproxime ao mesmo tempo o tronco e os joelhos. Volte lentamente sem colocar os pés no chão. Os movimentos devem ser curtos e mantendo o abdómen contraído.

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domingo, maio 16, 2004


Peru - Machu Picchu

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sexta-feira, maio 14, 2004

Finalmente consegui comprar a Blue Travel... À primeira vista agradou-me muito. Vale a pena comprar este mês pois vem com num pack 2 em 1. Por 3,75€ as duas revistas: a Blue travel e a Blue living.
Mais pormenores para mais tarde.

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Vi A janela indiscreta, de Alfred Hitchcock. Apesar de um pouco parados tendo em conta o dinamismo que impera nos filmes actuais, as películas deste senhor continuam a ser obras fantásticas. Grace Kelly arrasadora!

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quarta-feira, maio 12, 2004

Poema natural

Uma gota de orvalho suspensa numa folha de couve
e um caracol que trepa pelo caule
Formigas envolvendo a carcaça de um besouro,
e eu, aqui à espera que caia uma maçã
ou que alguém grite ao longe o meu nome anónimo nesta terra

Mas sei que só tu poderás vir ter comigo ao paraíso.


Mário Pinto

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O automóvel que mais me fascina é, sem dúvida o Porsche 911... A nova geração será lançada em Julho mas já há imagens disponíveis. Destaque para uma "frente" que volta às origens... Lindo!

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Estão hoje de parabéns Katharine Hepburn, que faz 97 anos e Burt Bacharach, que completa os três quartos de século.

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segunda-feira, maio 10, 2004


A colheita de hoje...

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Fiquei o dia inteiro em casa e apetece-me falar pelos cotovelos. Estive uma hora ao telefone com um amigo meu com quem já não estou há imenso tempo. É incrível como duas pessoas que moram a cinco minutos de distância pedestre se socorram do telefone para pôr em dia uma "conversa" com meio ano de atraso. Há coisas em que não me reconheço, não condizem com aquilo que julgo ser. Sinto-me por momentos pertencente à carneirada do Bigbrother!!! Que terror!

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Avisaram-me há duas semanas que existe agora uma revista mensal sobre viagens que se destaca um pouco das que existiam até agora. A maioria escolhe destinos e opções que não estão ao alcance de todos. Comprar uma revista para ficar a saber o que os "endinheirados" desfrutam não penso que seja uma boa forma de gastar dinheiro. Aproveito para ler esse tipo de revistas nas salas de entrada de consultório (se ainda lá estiverem). Mas, como eu dizia, essa nova revista saía um pouco desta linha megalómana. Artigos interessantes com locais e opções acessíveis e com indicações e sugestões muito úteis. A revista chama-se Blue Travel, mensal. A referente ao mês de Maio ainda não saiu - estranho... Já me disseram que, por falta de leitores, passaria a trimestral. Ainda não estive com nenhuma na mão mas aguardo uma oportunidade.

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Espera...

Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos braços!

Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços...
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera... espera... ó minha sombra amada...
Vê que pra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mumdo!...


Florbela Espanca

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sábado, maio 08, 2004

Estou dividido. Sinto-me repartido entre duas atitudes antagónicas, irreconciliáveis. Uma fácil outra difícil. Sei que tenho que escolher a segunda. Mas no entanto a primeira intromete-se quando penso na segunda, ri-se da outra e puxa-me como se estivesse a içar um náufrago. Sexta-feira é dia de oral e entretanto há uma queima pelo meio. Um carro por fazer, muitas flores a colocar. Salvem-me deste martírio.

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sexta-feira, maio 07, 2004

A história do @

Em 1972, Ray Tomlinson foi o primeiro a enviar uma mensagem electrónica, actualmente conhecida como “e-mail”, usando o símbolo @ para indicar a localização ou a instituição do remetente da mensagem. Tomlinson cedo percebeu que era necessário um símbolo que não poderia surgir no nome de ninguém para que não houvesse confusões. A solução mais lógica por ele encontrada foi a utilização do “at sign”. Por dois motivos: em primeiro lugar era improvável que surgisse no nome de alguém; depois, porque representava a palavra “at” (em português “em”, “no”, “de”, etc), tal como um determinado utilizador estaria sentado @ (“naquele”) computador específico.

No entanto, antes do símbolo vir a ser uma tecla comum do teclado das máquinas de escrever de 1880, o @ tinha já uma longa e vaga história de utilização um pouco por todo o mundo. Os próprios linguistas terão dúvidas quanto ao seu surgimento. Alguns defendem que remontará aos séculos VI e VII, altura em que os escribas que duplicavam os livros em latim, numa forma de simplificar a palavra latina “ad”, promoveram a ligação das duas letras exagerando a haste da letra “d” e curvando-a em direcção ao “a” para que o englobasse.
Outros linguistas defendem uma teoria mais recente, datando-o provavelmente no século XVIII como um símbolo utilizado no comércio como forma de indicar a relação preço/unidade. Por exemplo, 2 maçãs @ 40 cêntimos.
Estas teorias foram postas em causa quando, há quatro anos atrás, Giorgio Stabile, professor de história da ciência da Universidade La Sapienza, em Itália, descobriu documentos datados do século XIV com símbolos “@” indicando uma unidade de medida – a “ânfora”. Consistia num grande vaso de barro de dimensões estandardizadas utilizado pelos mercadores para transportar vinho e cereais. Segundo Stabile, a ligação do símbolo às antigas relações comerciais fez com que actualmente, em muitos países, se o utilize em vez de “ao preço de”.

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quinta-feira, maio 06, 2004

Tenho os pés gelados. Não consigo dormir. Nunca consigo dormir se estou desconfortável. Vou ouvindo, de quinze em quinze minutos, o rufar caquéctico do relógio de parede do andar inferior e enerva-me solenemente o facto de a noite se tornar cada vez mais curta.
As duas grandes portadas que cobrem a janela estão mal adaptadas e deixam passar a luz alaranjada do candeeiro nocturno por entre as frinchas. Entretenho-me por momentos a olhar para o tecto e a desvendar figuras por entre as manchas do estuque húmido, agora iluminado pelos feixes de luz que vêm de fora. A “marca” que via mais frequentemente era a de um grande laço insuflado com ar quente e agarrado a um fio ondulado que se parecia mover no sentido ascendente, de encontro à parede onde a cabeceira da minha cama estava encostada.
Os barulhos de “bichos”, que sempre entendi como sendo ratos, provenientes do quarto do meu primo mais velho, contíguo ao meu, interferem também eles no meu descanso. Os avós colocavam uma vez por semana em cada quarto um pratinho com remédio dos ratos, que ia mudando de marca de mês a mês. O do mês em que estávamos era sempre de potência muito superior ao anterior, a arma mortífera para todos aqueles amigos que compartilhavam o nosso quarto. A história ia mudando. Os mais conceituados provocavam o rebentamento dos ratinhos após a ingestão sequiosa de água que se seguia à refeição. A verdade é que nunca encontrei nenhum morto. Havia sempre a possibilidade de eles terem comportamento idêntico ao dos elefantes e não dava para comprovar a ineficácia dos produtos Bayer...
Ouço agora os “bichos da madeira” que comem lentamente o guarda-vestidos com o enorme espelho que se encontra ao fundo do quarto. Começam suavemente mas, quando se começam a sentir à vontade, fazem ruídos ensurdecedores. Levanto-me, abro o armário e dou pancadas na porta na ilusão de poder ter ainda um resto de noite descansado. Em vão. Passados dez minutos voltam à carga.
A minha frustração aumenta quando o meu primo, que dormia numa cama ao lado da minha, nesse mesmo quarto, completamente inaudível havia já umas horas, começa a roncar efusivamente. Ele tem um problema no nariz – o septo nasal desviado; e é essa a desculpa que dá para os problemas respiratórios que tem. Desisto e desço até à cozinha. Eram cinco da manhã e o dia começava a clarear. Foi então que tive uma grande surpresa. Vi em directo, ao vivo e a cores, o nascimento de uma ninhada de gatos (eram seis), descendentes de uma já longa linha genealógica que passara pela casa dos avós. O momento em si foi lindo. A gata tratou do processo muito calmamente e, por mais estranho que pareça, não estranhou a minha presença. Era a primeira grande manifestação de vida que via. Pelo menos aquela com mais impacto. Valeu bem a pena a directa desse dia da primavera de 90.

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Pablo Picasso, Garçon à la pipe


Foi vendido hoje por 104 milhões de dólares num leilão da Sotheby's. Esta quantia bate o record do pintor, até agora fixado nos 55 milhões de dólares pagos em Novembro de 2000 pelo "La Femme aux Bras Croisés", leiloado pela Christie's.

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quarta-feira, maio 05, 2004


Ontem estavam a sorrir para mim...

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Tenho andado demasiado exausto para escrever qualquer coisa de interessante. Não que me ache com um dom de palavra acima da média, mas sinto a necessidade de gatafunhar umas ideias, compor umas frases. Há dias em que sinto imenso “gozo” ao fazê-lo. Tenho andado longe, perdido por terras distantes, encravado em escarpas agrestes e aziagas. Quero regressar, voltar definitivamente, sentir outra vez o calor das tardes quentes da Primavera.

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domingo, maio 02, 2004


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